“O futuro não imita o passado, mas ele rima”. Essa frase, atribuída a Mark Twain, é frequentemente utilizada por futuristas no processo de desenho de cenários futuros. É um pensamento que pode ser facilmente ilustrado por um espiral ascendente, em que cada ciclo não acontece em um mesmo nível de consciência, espaço ou tempo, mas em um novo degrau evolutivo.

O ciclo que estamos fechando vem com o peso de uma pandemia que já dura quase dois anos e que nos forçou a olhar para os negócios de forma ainda mais profissional e assertiva. Quem não conseguiu se ajustar, fechou. Nos cabe agora aprender com esse passado tão recente para que a rima do ano que chega nos leve para o próximo patamar.

E se, de tudo o que passou, pudermos destacar um ponto importante de aprendizado para trabalhar alinhado ao planejamento do próximo ano, é o de que a área administrativa e financeira da empresa deve atuar como setor de inteligência para a gestão do negócio e tomada de decisões. E isso passa por uma organização interna que permite coletar e tratar dados atualizados, identificar as informações relevantes e garantir sua precisão, ferramentas de controle e processos bem desenhados.

Estamos tão acostumados a falar de Big Data, que por vezes esquecemos do Small Data, esses dados que estão dentro da empresa, que refletem o presente do negócio e apontam com precisão os pontos de atenção quando olhamos para a sua saúde financeira. E é da combinação entre essas informações que extraímos a inteligência necessária para a boa gestão.

Com um financeiro estruturado para o alcance das metas estabelecidas, é possível avaliar os resultados periodicamente e analisar se a estratégia precisa ser revista ou ajustada no meio do caminho ou se o ritmo dos negócios está dentro daquilo que foi previsto. E são ainda dessas análises e projeções que podemos identificar oportunidades para a inovação, seja em processo, em produto ou em modelo de negócio.

É hora de retomar o faturamento, de compreender o novo cenário e suas possibilidades de desdobramento e de estruturar sua empresa para o crescimento. É hora de olhar para o fluxo de caixa e entendê-lo como um aliado que oferece segurança para os próximos passos. Hora de definir uma estratégia de retomada e dar esse passo em direção ao novo ciclo que se desenha no andar de cima.

Beta Ramos, CEO da ÎANDÉ Projetos Especiais